Co-fundador daVTEX, colaborando para empresa se tornar uma das maiores plataformas de e-commerce...

O empreendedorismo nunca esteve tão em alta no mercado de Internet no Brasil. Cada vez mais, você vê jovens estudantes e executivos largando carreiras promissoras para viver o sonho de abrir suas empresas startups, idealizando um dia conquistar seu espaço e se tornarem o mais novo Zuckerberg, ou até exemplos mais próximos da nossa realidade como Marcos Moraes, fundador do portal Zipmail, Romero Rodrigues (fundador do Buscapé) e André Montenegro (fundador da Sacks).

A verdade é que o empreendedorismo deixou de ser uma nova tendência e moda para se tornar uma realidade, uma opção de carreira para esses jovens. Ironicamente, não só para jovens, mais recentemente para grandes executivos europeus que foram vítimas da crise na Europa e escolheram empreender no Brasil, onde a economia forte e com grandes perspectivas de crescimento nos próximos anos.

Quando isto mudou? Se você parar para refletir, em retrospectiva, uns 10 anos atrás, período pós-bolha da Internet, quando grandes empresas da atualidade como a Amazon.com estavam começando, enquanto que outras startups, consideradas grandes promessas como a Kosmos, GovWorks.com, TheGlobe.com, quebraram, muitos investidores duvidavam que a empresa pudesse se tornar o maior varejista online dos EUA avaliado em US$ 85,3 bilhões na bolsa do NASDAQ.  Lembro-me claramente que, em 2002, a Amazon vivia dando prejuízo, enquanto que o seu fundador/CEO, Jeff Bezos, era visto por muitos como maluco, por apostar em um negócio que, além de dar prejuízo, queimava milhões de dólares por mês para sobreviver em um mercado novo e considerado incerto na época.

 

Sucesso da Amazon (Foto: Reprodução)

Empreender é isso ai, é apostar em algo novo, em uma idéia que muitas vezes pode ser criticada e contrariada por ser arriscado. É comprar um risco sem ter a certeza que ele possa dar um bom retorno e se transformar no grande sucesso que imaginou. Podemos, sim, fazer um plano de negócios, projeções financeiras para analisar e mitigar o nosso risco, mas empreender não é uma ciência exata. Mesmo quando se fala em criar empresas com modelos de negócio já comprovados em outros mercados, não se tem a garantia que ele terá o mesmo êxito em outro país, com cultura e hábitos de consumo.

No Brasil, temos alguns exemplos que podem ser comparados com o da Amazon, e que nasceram e sobreviveram a esse período pós-bolha, como foi o caso da Sacks.com.br, vendida recentemente para o grupo Sephora por aproximadamente R$ 300 milhões, o Buscapé vendido para o conglomerado Naspers por US$ 342 milhões, entre outras menores como a VTEX, que, para os que não conhecem, fornece atualmente uma das maiores plataformas de e-commerce do Brasil. E foi lá onde minha história começou…

Ecossistema de negócios (Reprodução)

Eu fui um dos startupeiros que começou a trabalhar durante essa época pós-bolha, onde empreender no Brasil ainda era coisa de maluco, ou melhor não estava tão na moda… Eu tinha apenas 23 anos, e quando chegava nas reuniões para apresentar o nosso produto a executivos de grandes empresas, era comum que eles brincassem comigo dizendo que eu deveria estar na praia pegando sol ou jogando bola. Ou seja, me enxergavam como um jovem sonhador, muito distante do possível menino prodígio, que possa estar construindo algo inovador que poderá valer alguns bilhões em alguns anos. A onda do empreendedorismo estava apenas começando e empreender não era uma opção de carreira, mas sim uma tendência, com grande risco e poucos casos de sucesso. Eu cheguei a ser taxado de ovelha negra pelos meus amigos que tiveram a mesma formação que eu, pois a grande maioria acabou ingressando em áreas mais rentáveis e cobiçadas como as de “investment banking” e consultoria. Pouquíssimos jovens optavam em empreender em um mercado tão incipiente como era o Brasil na época.

 

 

 

E como que se fazia para encontrar outros “malucos” empreendedores como eu para compartilhar o risco e chamar de sócio? Naquela época, não existiam muitas incubadoras, hubs, eventos como Campus Party, Startup Weekend, Startup Party, ou até mesmo empresas como a startupbase e startupi voltadas para fomentar o networking entre os empreendedores. Achar um sócio, ou melhor, um empreendedor com mesmo drive e condições de empreender era praticamente impossível. Tanto é que a grande maioria dos casos de uma sociedade era sempre entre amigos, primos e/ou irmãos. Hoje em dia, não, se postar nos grupos de startups no Linkedin, comparecer a esses eventos e se inserir na comunidade, você consegue achar algumas pessoas qualificadas para estender o convite de sociedade e formar uma equipe de alto nível.

O mercado de capital de risco também estava apenas engatinhando naquela época, haja visto o crescimento de investimento que aumentou consideravelmente nos últimos três anos – segundo LAVCA (Latin America Venture Capital Association) reportando que no Brasil, foram mais de US$ 5,4 bi investidos em novas empresas. Sendo que, naquela época, para conseguir captar um “simples” capital semente, entre US$ 100 e US$ 500 mil para iniciar as operações da sua startup, só era possível através do famoso 3F’s – “friends, family and fools”. Hoje em dia você já tem fundos especializados nesse tipo de investimentos em parceria com aceleradoras, que trabalham como uma espécie de incubadoras ambulantes e segmentando bem toda cadeia e processo de evolução de uma empresa startup. Para constatar o amadurecimento do mercado de capital de risco, hoje você já tem fundos nacionais como Monashees, Ideiasnet, FirCapital, com grandes casos de sucesso. Além dos fundos nacionais, agora temos também até fundos internacionais de grande renome, como Accel Partners, Naspers, Tiger Global, Redpoint, entre outros, que recentemente abriram seus escritórios no Brasil com intuito de crescer e nadar em um “mar azul”, onde as oportunidades são mais abundantes pela falta de concorrência e o céu é o limite!

E justamente por ter participado de toda essa evolução do ecossistema de startups de internet no Brasil é que resolvi escrever este texto, com objetivo de compartilhar os desafios e problemas que os empreendedores de startups encontram durante suas jornadas até chegarem ao sucesso.

A minha missão como empreendedor, será identificar junto com vocês os problemas e desafios encontrados pelos empreendedores durante todas as fases do processo de desenvolvimento de uma empresa startup conforme segue no exemplo abaixo.

Como já tive a oportunidade de vivenciar praticamente todas as etapas de uma empresa startup como a descrita acima, com alguns casos de sucesso e outros frustrantes, vou buscar ajudar os empreendedores a solucionar seus desafios do cotidiano durante cada etapa acima até a conquista do seu sucesso. Mesmo que eu não saiba diretamente a resposta para solucionar os desafios que forem postados aqui, estarei comprometido a encontrar alguma alternativa que possa ajudar a resolvê-los. Vou me despedir deixando em aberto para você leitor/empreendedor postar algum desafio ou dificuldade que esteja enfrentando, ou tenha enfrentado, no passado e deseja compartilhar para abrir nossa discussão para ajudar outros empreendedores?

Fiquem bem à vontade e quando possível use exemplos para ilustrar melhor o seu desafio. A intenção aqui é expor esses desafios de forma colaborativa para quem sabe ajudar outros empreendedores que possam estar passando por essa mesma dificuldade e ajudar na evolução progressiva das startups de Internet no Brasil.

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